Kepler sofre falha fatal e deve deixar de funcionar
Os dias do caçador de planetas Kepler, da NASA, que já descobriu mais de 2.700 potenciais mundos alienígenas até agora, podem ter acabado.
A segunda das quatro rodas de reação do Kepler – dispositivos que permitem que o observatório mantenha sua posição no espaço – falhou, segundo os oficiais da NASA.
Se uma ou mais das rodas fracassadas não forem recuperadas, o telescópio não poderá mirar nas estrelas com precisão suficiente para detectar planetas em órbita.
Olhando para as estrelas
O Kepler, que custou 600 milhões de dólares, sinalizava pequenas variações de brilho em estrelas provocadas pelo trânsito de planetas a partir da perspectiva do instrumento. O principal objetivo da missão era determinar o quão comum são mundos como a Terra na nossa galáxia, a Via Láctea.
O observatório precisa de três rodas de reação em funcionamento para focalizar em mais de 150 mil estrelas. Ele tinha quatro rodas quando foi lançado em março de 2009 – três para uso imediato, e uma reserva.
Uma roda (conhecida como número dois) falhou em julho de 2012, não permitindo margem para novos erros. E agora a roda número quatro mostrou sinais de elevadas fricções durante os últimos cinco meses.
“Isso é algo que temíamos há algum tempo”, disse John Grunsfeld, da NASA, à jornalistas. Ele acrescentou que os engenheiros estudam formas de tentar reparar os danos.
Grunsfeld é um ex-astronauta que voou em cinco missões em ônibus espaciais, incluindo três onde reparou o telescópio espacial Hubble em órbita da Terra. Mas o reparo no espaço não é uma opção para o Kepler, que orbita o Sol, ao invés da Terra, e está a aproximadamente 64 milhões de quilômetros de nosso planeta.
O legado do Kepler
O que quer que o futuro reserve para Kepler, a missão vai entrar para a história como um sucesso incrível, segundo os pesquisadores.
Apesar de apenas 132 dos 2.700 candidatos a planetas descobertos pelo Kepler terem sido confirmado por observações até agora, os cientistas da missão estimam que mais de 90% se confirmarão.
Além disso, as descobertas do telescópio permitiram que os pesquisadores tomassem um olhar sem precedentes em mundos além do nosso sistema solar.
Enquanto o observatório pode não detectar mais nenhum exoplaneta daqui em diante, isso não significa que a enxurrada de descobertas do Kepler vai abrandar tão cedo, uma vez que há ainda muitos dados a serem analisados. [
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