No início da próxima semana uma delegação militar,
chefiada pelo ministro da Defesa da Rússia Serguei Shoigu, deve visitar o
Brasil e o Peru para manter nesses países uma série de negociações sobre o
desenvolvimento da cooperação técnico-militar. Nas negociações no Brasil,
provavelmente, será discutida a questão de aquisição de sistemas de defesa
aérea Pantsir-S1. No Peru, as negociações incidirão sobre o tema de blindados.
Anteriormente, os peruanos já manifestaram sua prontidão de comprar um grande
lote de tanques T-90S e dos mais recentes veículos blindados russos.
O ministro da Defesa da Rússia planeja voar para o Brasil
em 14 de outubro. Primeiro, deverá ser realizada uma reunião da delegação russa
com o ministro da Defesa do Brasil Celso Amorim, o Chefe de Estado-Maior
general José Carlos De Nardi, e, possivelmente, com a presidente Dilma
Rousseff.
Em termos de cooperação técnico-militar, a América Latina
sempre foi secundária para a Rússia em comparação, por exemplo, com a Ásia.
Agora é hora de recuperar o tempo perdido, sublinhou em entrevista à Voz da
Rússia o chefe do Centro de Análise de Estratégias e Tecnologias Ruslan Pukhov:
"Outro aspecto está relacionado com que agora tanto
o Peru planeja comprar armamentos em quantias bastante significants, como o
Brasil tem um ambicioso programa de rearmamento. Por isso a Rússia está
envolvida lá e ela tem boas chances. Se trata da área de equipamentos
terrestres, no Peru, e no Brasil, de sistemas de defesa aérea. Obviamente, o
ministro da Defesa Serguei Shoigu fará todos os esforços para promover as
propostas russas. Então, a indústria russa de defesa vai conseguir dinheiro, o
qual tão pouco será redundante no contexto de uma possível redução do orçamento
militar. Outro momento ainda é que o Brasil, juntamente com a Índia, China,
Rússia e África do Sul é um membro dos BRICS. É necessário reforçar os laços
com esta associação. O Peru é também um jogador regional bastante grande que
está ligado à rússia por laços de cooperação desde a era soviética."
O Brasil mostrou um interesse especial no complexo
Pantsir-S1. Este é o mais recente sistema de defesa aérea de curto alcance.
Inicialmente, o complexo foi projetado por encomenda dos Emirados Árabes Unidos
e destinado para exportação, nota Ruslan Pukhov:
"O segundo país que quis comprar este complexo foi a
Síria, e o terceiro foi a Argélia. O exército russo foi o quarto usuário.
Atualmente, estão sendo mantidas com vários países, incluindo o Brasil,
negociações sobre o complexo que estão em fase de conclusão. O Brasil necessita
deste sistema, inclusive a fim de proteger seu céu pacífico de possíveis
incidentes, de ataques terroristas no âmbito da Copa do Mundo e da Olimpíada
num futuro previsível. Eu acho que as chances de compra do complexo são altas,
embora isso não signifique que tudo será assinado agora, durante a visita. Mas
será feito mais um passo nessa direção."
Quanto ao fornecimento ao Peru de um grande lote de
tanques T-90S, as chances são bastante grandes. Recentemente foi realizada uma
demonstração dessa máquina de combate à liderança militar do Peru. Ela incluiu
tiros prático contra vários alvos. O T-90S fez uma grande impressão, nota o
editor do jornal Revista Militar Independente Viktor Litovkin:
"Além dos fornecimentos, nós podemos criar no Peru
um sistema de manutenção e atualização destes tanques, empresas conjuntas que
depois permitirão expandir os nossos negócios nesse país. Além de tanques, a
Rússia pode também fornecer os mais recentes veículos blindados BTR-80A, que
estão agora sendo fornecidos ao Exército russo. Já foram entregues ao Peru
cerca de duas dezenas de helicópteros. Assim que os peruanos têm um grande
respeito ao equipamento militar russo."
Se o acordo de fornecimento de 110 tanques T-90S e um
lote igual de veículos blindados será finalizado, seu custo será de pelo menos
700 milhões de dólares. O acordo de fornecimento de sistemas de defesa aérea ao
Brasil é estimado em um bilhão de dólares.
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