A fascinação pela busca de vida inteligente fora da Terra faz os amantes da ufologia procurarem pistas igual a quem procura agulha em um palheiro. Qualquer tipo de informação pode trazer uma nova luz ao assunto, mesmo que nem sempre as informações sejam muito precisas.
É o caso de um documento de 22 de março de 1950. Chamado de “memorando Hottel”, o arquivo já foi visto quase 1 milhão de vezes desde que o FBI o divulgou em uma plataforma online de registros públicos. Mas o que tem de tão especial nesse arquivo?
Ele foi escrito por Guy Hottel, responsável pelo escritório do FBI em Washington na época, e endereçado a J. Edgar Hoover – o então diretor-geral do FBI e um dos maiores nomes de todos os tempos da corporação. No memorando, Hottel relata a conversa que teve com um investigador da Força Aérea norte-americana em que “alguém” teria contado a ele sobre acidentes envolvendo discos voadores.
I want to believe
Como você já pode perceber, trata-se de um grande telefone sem fio. “Alguém” diz para o investigador, que disse para Hottel, que disse pra Hoover, que arquivou o memorando sem dar muita importância ao relato. Mais de seis décadas depois, porém, o documento reacende a discussão sobre a existência de extraterrestres.
“Eles [os discos] foram descritos como sendo de formato circular e com a parte central levemente levantada. Cada disco tinha aproximadamente 50 pés [15 metros] de diâmetro e era ocupado por humanoides de formato característico, mas com apenas 3 pés [90 centímetros] de altura. Eles vestiam um tecido metálico com uma textura muito fina”, descreve o memorando Hottel.
O documento todo parece ter saído de algum capítulo de “Arquivo X”, mas o FBI garante que não se pode usá-lo como prova da existência de alienígenas, já que a história contada por Guy Hottel sequer foi investigada. Os relatos também não devem ser comparados ao suposto incidente em Roswell, em 1947, já que J. Edgar Hoover ordenou a investigação de qualquer suspeita alienígena após esse caso – e se ele não fez nada com a história narrada por Hottel, era porque não havia indício algum da credibilidade do relato.
Quem era o informante?
Alguns detalhes corroboram com a negação do FBI. Primeiro que os relatos oculares do acidente de Roswell fazem referência a naves destruídas no deserto do Novo México, e não a três espaçonaves intactas, cada uma delas com três supostos alienígenas. Além disso, apesar de o FBI ter disponibilizado esses documentos na plataforma online Vault em 2011, a história desse relato de Guy Hottel já circula entre os ufólogos desde o final da década de 1990. Será que o FBI não iria suprimir esse documento se ele tivesse alguma credibilidade? Ele sequer é tratado como “Top Secret”, mas, sim, um memorando comum para o FBI!
Para piorar, o nome do informante de Hottel nunca foi divulgado oficialmente, mas especialistas acreditam que se trate de Silas Newton, que fabricou várias provas mentirosas sobre a existência de extraterrestres a ponto de ser preso em 1952 por fraude – ele teria contado a mesmíssima história para Frank Scully, um dos escritores da revista Variety na época.
Silas Newton (esquerda) teria contado a história ao escritor Frank Scully (direita) e preso por inventar provas mentirosas da existência alienígena
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