O telescópio espacial Kepler, da Nasa (Agência Espacial Norte-Americana), identificou dois sistemas planetários que podem abrigar vida fora do Sistema Solar. Dos cinco corpos que orbitam a estrela Kepler-62, que fica a 1.200 anos-luz de distância, há chances de dois deles terem água líquida na superfície, destaca artigo publicado no site da revista Science nesta quinta-feira (18).
Já o segundo sistema planetário - que não foi descrito na pesquisa - tem dois planetas ao redor da estrela Kepler-69, mas só um deles oferece possibilidades para abrigar vida a 2.700 anos-luz da Terra, na constelação de Cisne, anunciou a Nasa - um ano-luz, que é a distância percorrida pela luz em um ano no vácuo, equivale a cerca de 9,5 trilhões de quilômetros.
Os exoplanetas mais distantes da estrela Kepler-62, o Kepler-62e e o Kepler-62f, são candidatos em potencial à vida fora da Terra por estarem na zona habitável do sistema. Já o exoplaneta Kepler-69c, que é 70% maior do que o nosso planeta, está na "borda" da zona habitável de sua estrela.
Isso significa que esses três planetas estão em uma região nem tão próxima nem muito distante de suas estrelas, favorecendo a existência de atmosfera e temperatura adequadas e bastante disponibilidade de água (a ponto de ser encontrada na fase líquida em grande parte da superfície), fatores essenciais para a formação da vida.
Onde pode existir vida fora da Terra?
Marte é o mais investigado na busca por vida fora da Terra. O robô Curiosity, da Nasa (Agência Espacial Norte-Americana), que está no planeta vermelho desde agosto de 2012, já achou vestígios que indicam que pode ter existido vida microbiana no passado. Os cientistas identificaram enxofre, nitrogênio, hidrogênio, oxigênio, fósforo e carbono - alguns dos ingredientes químicos essenciais para a vida - no pó retirado do solo marciano Leia mais Nasa/AP
Semelhança com a Terra
O estudo coordenado por William Borucki, pesquisador da Nasa, ressalta ainda que a dupla "habitável" do sistema ao redor da estrela Kepler-62 tem massas bem próximas às da Terra - o Kepler-62e é 60% maior que a Terra, e Kepler-62f, 40% maior. Além disso, o artigo sugere que a densidade do Kepler-62f é sólida, outra semelhança com o nosso planeta.
"Ou eles têm uma composição rochosa, ou os volumes são compostos, principalmente, por água sólida", escrevem os pesquisadores no artigo da Science.
Lançado em 2009, o Kepler observa uma parte fixa do céu para medir de forma contínua e simultânea o brilho de cerca de 170 mil estrelas a cada meia hora. Seu objetivo é descobrir planetas fora do Sistema Solar que são parecidos com a Terra e estão orbitando estrelas massivas. Já são mais de 2.740 candidatos a planeta fora do Sistema Solar.
O telescópio espacial encontra os planetas observando as pequenas reduções na luz de uma estrela, que ocorrem devido à passagem de um corpo no seu campo de visão. As medições do sistema Kepler-62 foram feitas entre 13 de maio de 2009 e 28 de março de 2012, mas os resultados só foram divulgados em 2013.
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